Hoje em dia, estética pode ser entendida como uma característica de elementos construídos ou naturais que sensibilizam nossos sentidos e afetam nossas emoções. De modo geral, as coisas devem possuir uma função estética a fim de criar uma sensação visualmente agradável às pessoas, isso aplica-se também para as nossas cidades. Os elementos que compõem o cenário urbano devem estar ordenados de forma harmônica, deve haver relação à elementos naturais e artificiais.

A cidade deve ser um local agradável de se viver e trabalhar, onde tenham áreas de lazer, recreação, cultura, saneamento, transporte público de qualidade, etc. O novo conceito de cidade, a estética urbana é primordial, devendo os aspectos de seu traçado mostrar equilíbrio e harmonia. Quando se pensa na cidade, pensa-se sempre em funcionalidade. As vias públicas, os edifícios, e todos os equipamentos que compõem o cenário urbano devem ser concebidos para o eficiente exercício de funções como moradia, trabalho, circulação e lazer. O culto ao belo faz parte da cultura do homem.

A poluição visual está muito presente em nossas cidades, e é consequência e resultado de uma série de situações e também efeito da deterioração dos espaços da cidade. O consumo é a locomotiva do progresso que faz da cidade um lugar passageiro, onde tudo pode ser destruído e construído a qualquer momento. O culto da indiferença é o hábito de uma sociedade líquida que perdeu o sentido de comunidade. A cidade é talvez a maior vitrine, onde os episódios cotidianos da existência material são vividos e observados na indiferença da cidade moderna.

A cidade é o palco da reprodução do capital e da cultura dominante. Tudo é vivido na condição de espetáculo como se a vida urbana fosse um conjunto de cenas de teatro. O homem urbano, privilegiado por possuir as mais eficientes máquinas que facilitam a vida moderna, acabou fazendo da cidade um depósito de todo tipo de lixo.

As mudanças são rápidas como a moda, o ambiente natural vem sendo destruído para dar lugar a mais avenidas, mais garagens e mais automóveis. Somos obrigados a consumir não só o produto, mas também a sua imagem. Neste processo, o progresso nada mais é, do que a capacidade de ampliar o consumo. O homem urbano é um consumidor que acaba aceitando tudo que é imposto aos seus olhos, de forma pacífica, onde se perdeu o desejo de uma curiosidade cultural.